segunda-feira, 6 de outubro de 2008

POLÍTICAS SOCIAIS

A imigração constitui hoje um fenómeno de elevadas proporções em Portugal, exigindo da sociedade e do estado português alterações na forma como lidam com o fenómeno de modo a que consigam se consiga alcançar um melhor enquadramento do mesmo. (Observação da Imigração nº 11, pg. 12). Como País de Acolhimento Portugal não tem adoptado politicas de imigração orientadas para a resolução, dos mais variados problemas ligados aos imigrantes, desde a situação legal, saúde, trabalho, segurança social e outros tipos de apoio social. Os imigrantes são indispensáveis ao desenvolvimento da economia. Todavia a falta de controlo e desconhecimento relativamente ao número de imigrantes que entram no nosso País, provoca a imigração ilegal.

A lei n.º 34/2003, de 25 de Fevereiro, foi regulamentada pelo Decreto regulamentar nº 6/2004, de 26 de Abril. Nos termos desta lei, o direito ao reagrupamento família (arts. 56º a 58º) só é reconhecido aos cidadãos estrangeiros residentes há pelo menos um ano em Portugal, sendo que residente é apenas o titular de um visto de autorização de residência válida, ficando excluídos de beneficiar deste direito, os titulares de qualquer outro titulo válido, incluindo os titulares de visto de trabalho e de autorização de permanência. Aos membros da família de titulares de um visto de trabalho ou de autorização de permanência, apenas podem ser concedidos vistos de estada temporária, não podendo ultrapassar a validade do visto do familiar que acompanham. O Decreto-lei nº 67/2004, de 25 de Março, regulamentado pela portaria nº 995/2004 de 9 de Agosto, criou o registo nacional de menores estrangeiros que se encontrem em situação irregular no território nacional, para assegurar aos menores o acesso aos benefícios dos cuidados de saúde e à educação pré-escolar, salvaguardando-se em caso algum, os elementos constantes do registo podem servir de base á legalização do menor registado ou do cidadão estrangeiro que sobre ele exerça o poder paternal. A maioria das politicas de imigração têm-se mostrado assaz e volátil, não apenas em função das fases do desenvolvimento económico dos países mas, também da sensibilidade socio-política dos governantes e de outros actores sociais ao seu bem-estar (como e o caso da atribuição da nacionalidade ou da facilitação do reagrupamento familiar). Contudo muitas vezes estas “leis de imigração por serem restritivas e morosas na sua regulamentação e aplicação não tem sido facilitadoras da legalização consequentemente da integração, bem como contrário tem sido potenciadoras de marginalização e exclusão”. (SOS Racismo, Imprensa 2004).
As diversas emendas à Lei da Nacionalidade em 2004, não alteraram de facto, os critérios de atribuição de nacionalidade a cidadãos residentes em Portugal. Rui Marques, ao tempo, Alto-comissário Adjunto para a imigração, abordou em Fátima nos trabalhos das Jornadas Missionárias em 2004 “Portugal tem uma das leis mais restritivas e mais egoístas da Europa, segundo a qual só é português o filho de português. O Decreto-Lei 41/2006 de 21 de Fevereiro, vem promover alteração ao Decreto-lei. 176/2003 de 2 de Fevereiro, já traz algumas melhorias em matéria de residência e prestações familiares a crianças e jovens residentes em território nacional.

A nova Lei da Nacionalidade aprovada em 16/02/2006 pretende ser mais justa e equilibrada no sentido de levar a uma maior integração social. O jurista António Vitorino escreveu, num artigo publicado no Diário de Noticias de 24/02/2006 “ (…) esta Lei da Nacionalidade procura definir quem é português de origem e quem pode adquirir pela naturalização a nacionalidade portuguesa, com base num equilíbrio entre o critério do jus sanguinis (é português quem é filho de um progenitor português) e o critério do jus solis (é português quem nasce em Portugal nas condições previstas na lei). O imigrante quer legal, quer ilegal é um ser humano que tem direito á sua dignidade. Mais do que a substituição das políticas de inserção por políticas de integração social, o que Castel propõe é uma recentralização desta últimas, e uma reforma dos objectivos e das metodologias das primeiras, ficando estas com a tarefa de “... tratar os válidos tornados inválidos pela conjuntura” (CASTEL 1994: 434 e 1992: 135-142). Trata-se no fundo de uma opção, que se torna cada vez mais necessária entre adaptação ou transformação, entre estabilidade ou mudança social. A relação evidente entre a noção de raça e etnia no discurso português pode-se perceber pela fala do organizador do I Congresso sobre Imigração em Portugal, promovido em 2003 pelo ACIME. Da associação entre raça, etnia e cultura, passa-se à constatação de que Portugal vive uma "multiculturalidade". Políticas multiculturais tendem a encarcerar os subordinados em categorias estanques, chamadas ora de étnicas ora de culturais e até mesmo de raciais.
Sempre tivemos minorias estrangeiras entre nós, mas nunca com a expressão e as características da presente imigração. Vêm de vários continentes, pertencem a várias raças e etnias, são portadores das mais diversas culturas, professam diferentes convicções religiosas, falam uma vasta pluralidade de línguas. De fenómeno episódico, quase imperceptível, a imigração passou a fluxo notório e marcante da nossa vivência colectiva, dotando a sociedade portuguesa de uma multiculturalidade que não conhecíamos no passado. (Cruz, 2003, p.15-6, grifo nosso).

As palavras de Nuno Morais Sarmento (2003, p.17-9), ministro da Presidência, na mesma sessão de abertura desse congresso, “devem ser lidas atentamente, para que entendamos as consequências e também os princípios de uma política multicultural oficial baseada numa ideia de etnicidade similar à de raça: Esse trecho do discurso do representante oficial do Estado português na abertura do citado congresso indica os caminhos de uma política multicultural/étnica portuguesa: a aversão à "assimilação", a valorização e preservação da diferença, e constatação de que os imigrantes são co-autores do futuro de Portugal, mas sempre como Diferentes. Em seguida, uma constatação óbvia e derivada dessa política: os filhos dos imigrantes não são tratados como portugueses (embora o sejam), mas como "segunda geração". Assim, os imigrantes e seus descendentes devem e têm, na verdade, o dever de manterem-se diferentes. Resta ao governo garantir que, tendo os imigrantes se mantidos diferentes, eles não sofram com a xenofobia, que deve ser combatida”.

O pluralismo cultural apoia o desenvolvimento de uma sociedade plural, onde seja reconhecida a igual valia de numerosas sub-culturas diferentes. Esta abordagem considera os grupos étnicos minoritários como iguais na sociedade, o que significam que estes desfrutam dos mesmos direitos da maioria da população. As diferenças étnicas são respeitadas e celebradas enquanto componentes vitais da vida nacional mais ampla. Boa Ventura Sousa Santos escreveu na Revisa Visão de Dezembro de 2005 “ (…) as politicas que proponho visam uma integração pluralista (oposta quer á assimilação quer aos guetos multiculturais), politicas activas de emprego articuladas com a acção afirmativa; educação intercultural, promoção da diversidade identitária e cultural do espaço público (e não apenas no espaço privado) como veículo de intermediação com o sistema político nacional e local – politica da nacionalidade – são portugueses os filhos dos imigrantes nascidos em Portugal que fortaleça pela diversidade ou identidade europeia”

O multiculturalismo aceita e legitima a especificidade cultural e social das minorias étnicas acreditando que os indivíduos e grupos podem estar plenamente integrados numa sociedade sem perderem a sua especificidade. Defende a oportunidade de expressar e manter elementos distintivos da cultura étnica, especialmente língua e religião, a ausência de desvantagens sociais e económicas ligadas a aspectos étnicos, a oportunidade de participar nos processos políticos.

Finalmente a interculturabilidade aceita e legitima a especificidade cultural e social de diferentes comunidades em presença, mas sublinha o seu carácter interactivo e relacional, suportado no respeito inquestionável pelo enquadramento legal do país, nomeadamente a sua Constituição. Este modelo afirma-se no cruzamento e miscigenação cultural, sem aniquilamento, nem imposições. Sustenta-se num núcleo comum de valores universais em torno da dignidade da pessoa humana, presentes na Declaração Universal dos Direitos Humanos. (Marques, 2005, pp.127-129)
Face à integração o autor Rui Marques identifica três grandes eixos , interdependentes essenciais para uma primeira integração das populações migrantes nas sociedades de acolhimento:
•A integração económico/laboral, incluindo o acesso à saúde e protecção social decorrentes do trabalho;
•A integração social, incluindo a habitação e rede de relações a estabelecer;
•A integração cultural, destacando-se o domínio da língua e a adaptação à cultura de acolhimento.

A integração dos imigrantes recém-chegados exige também uma aprendizagem dos hábitos culturais e tradições da sociedade de acolhimento. E aqui reside uma das dificuldades mais subestimadas no processo de acolhimento e integração. Apesar de ser óbvia a diferença cultural de origem e acolhimento, muitas vezes na reflexão sobre a migração não se considera o “choque cultural” como um obstáculo sério com que os imigrantes se deparam. (Marques, 2005, pp.87-88).

Trabalho Social

Introdução

No âmbito da Cadeira de Serviço Social VIII e trabalho comunitário foi proposta a elaboração de um trabalho individual, que pretende contribuir para um conhecimento aprofundado sobre o processo de Intervenção Comunitário em Serviço Social, através da elaboração e desenvolvimento de um trabalho reflexivo acerca de um dos pontos da Cadeira de Serviço Social VIII. O tema escolhido foi o Planeamento Participativo de Um Projecto de Intervenção Comunitária.

Hoje o Planeamento Participativo facilita o trabalho comunitário na tomada de decisão in situ , de modo a favorecer a operacionalidade do projecto.

O Planeamento Participativo de um projecto funciona como um processo que nunca se encontra acabado. A participação está em constante renovação, não só pelas pessoas mas pela qualidade e os níveis da mesma.

A Participação deve ser o reflexo da prática organizativa dos nossos próprios serviços. O utente tem o direito e o dever de participar na gestão das suas actividades.

Neste trabalho trataremos a seguinte estruturada :
-1º Planeamento Participativo no Projecto
-2º Os componentes do Planeamento Participativo
-3º A organização participativo do processo de planeamento
3º.1. Garantir a participação das pessoas
- 4º As estratégias
- 5º As vantagens e desvantagens
- E por fim apresentaremos a nossa reflexão crítica e a conclusão.

Na reflexão crítica abordar-se-á um número de questões que têm interpelado o desempenho da Intervenção Comunitária.

1. Planeamento Participativo no Projecto

O planeamento como instrumento de participação e igualmente no sentido de colaborar em sua motivação, é um processo de tomada decisões e de comunicação sobre os objectivos que se devem atingir no futuro, de uma maneira mais ou menos controlada. Enquanto a participação exige um papel muito mais directo das pessoas em decidir questões que afectam o seu bem-estar social, político, económico e cultural. Desta maneira, os indivíduos e grupos comunitários são encorajados e aptos para tomarem um papel activo em determinar as necessidades, desenvolver políticas, planear e implementar serviços.

Planeamento participativo é um conjunto de procedimentos e normas técnicas que permite definir, planear e avaliar projectos de desenvolvimento. O planeamento participativo pretende orientar o desenvolvimento da capacidade institucional de negociação e comunicação dos protagonistas no processo de parceria.

O planeamento participativo contribui para a integração das opiniões e perspectivas de todos os intervenientes relevantes no processo de planeamento, através de uma colaboração empenhada. O envolvimento fomenta o empenhamento e a responsabilidade partilhada, tira partido do conhecimento local, ajuda a garantir a identificação dos problemas reais e tende a conduzir a solução mais possíveis. Um envolvimento precoce pode desenvolver a confiança e o compromisso.

Ter em conta que uma das características do trabalho comunitário participa de um processo em que aparece como mobilizar das habilidades e forças das pessoas, centrando nos problemas, na optimização e rentabilização das potencialidades existentes. O trabalho comunitário procura encontrar-se na dimensão colectiva, nos aspectos colectivos.

O projecto de intervenção comunitária enfrenta o planeamento participativo como o envolvimento activo dos indivíduos e grupos interessados na concepção e implementação de um processo. A participação significa, evidentemente, tomar parte e estar envolvido nalguma coisa, mas um dos seus aspectos importantes é também a assunção de responsabilidades. O processo de activação do envolvimento essencial das entidades interessadas, através de tarefas, acções, conselhos, pareceres, como instrumento de promoção de objectivos específicos, no desenvolvimento do projecto.

2. Os Componentes do Planeamento Participativo
Há determinados componentes básicos do planeamento participativo:
O processo inicial de formação da consciência crítica a autocrítica na comunidade, através do qual se elabora o conhecimento adequado dos problemas que afectam o grupo, mas sobretudo a visão de que a pobreza é injustiça; trata-se de saber interpretar, entender, postar diante de si e diante do mundo.
Muitos chamam esta face de autodiagnóstico, através do qual a comunidade formula, com o seu saber e em conjunto com o saber técnico, um posicionamento crítico diante da realidade. O saber de fora também se torna parte deste tipo de planeamento se se conseguir transformar em autodiagnóstico, não desfazendo a relação comum entre sujeito e objecto. Mas surgem as seguintes questões: Será que o trabalho sofisticado dos técnicos que vêm de fora traz vantagens para a comunidade? As técnicas sofisticadas que à prior parecem ser a salvação da “Pátria” vão de acordo com os interesses comuns?

Tendo tomado a consciência crítica e autocrítica, segue a necessidade de formulação de uma estratégia concreta de enfrentamento dos problemas, que saiba destacar prioridades, caminhos alternativos, propostas de negociação, quer dizer, do nível de reconhecimento teórico, parte-se para a acção, dentro de um contexto planeado.

Consumando o seguinte ponto, aparece a necessidade de se organizar, como estratégia fundamental para os passos anteriores. A competência demonstra-se, sobretudo, na capacidade de organização, que é um teste fundamental dos compromissos democráticos do grupo, partidário ao desafio de fazer acontecer.
O desigual, sozinho, não pode nada; mas, organizado, é capaz de emergir, de ocupar a cena, de influenciar, e, a partir daí, de se revestir da capacidade de mudar em seu favor.

3. A organização Participativa do Processo de Planeamento
Para que haja sucesso num projecto, é importante que todas as partes interessadas tenham uma mesma compreensão dos problemas e que saibam quais são os seus problemas que deve lidar no projecto. Portanto, é necessário dar atenção especial ao carácter participativo do processo de planeamento. Esse carácter participativo pode ser alcançado através de grupos de trabalho, nos quais as partes interessadas estão representadas, e que participam no processo de planeamento de projectos por meio de vários actores organizadas com esse fim, que é a participação implica um diálogo entre as partes interessadas.

É crucial dispensar atenção especial à criação de um ambiente agradável, que permite aos actores discutir livremente sobre os temas em questão, com base na igualdade. Criar compreensão e confiança entre os participantes é uma necessidade para ter sucesso ao projecto. Deve-se ter ainda em conta que a participação contribui para apoiar as fases de elaboração e implementação dos processos de planeamento.

3.1. Garantir a Participação das Pessoas
Para que o planeamento seja efectivo, é necessário formular um bom plano operacional, junto de todas as partes interessadas: os beneficiários, o público local, as organizações locais. A sua participação no processo de planeamento é um requisito prévio, pois, se eles não estão envolvidos activamente, não é possível ter muito sucesso. Os enfoques participativos oferecem mecanismos para que as partes interessadas possam entusiasmar e compartilhar o controle sobre as iniciativas, decisões e recursos de desenvolvimento de intervenção comunitária.

Não bastante, devemos reconhecer que existem diferentes níveis de participação. Compartilhar informação e consultar as partes interessadas representa um baixo nível de participação, enquanto a colaboração e a investidura de poder às partes interessadas representam um alto nível de participação. Com o enfoque do planeamento pretendemos atingir um nível elevado de participação. Como significa que o processo de planeamento deve ser organizado de maneira que as partes interessadas participem activamente do planeamento, nos momentos pertinentes?

Existem diferentes maneiras de organizar a participação das partes interessadas no processo de planeamento. A organização de oficinas de planeamento, nas quais as partes (ou os seus representantes) contribuem activamente para o planeamento, tem provado ser uma medida contínua. O planeamento de projectos voltados para objectivos é um método específico, que utiliza esse enfoque.


4. As Estratégias

A noção de estratégia está ligada a qualquer processo de tomada decisões que afecta toda a organização por um prazo temporal alargado. Constitui, assim, um conjunto de decisões e de acções que têm por finalidade assegurar a coerência interna e externa da organização, mobilizando todos os seus recursos.

Como tal pretende-se confrontar as várias experiências de planeamento estratégico, analisando as condições de realização dos planos, atendendo aos produtos de planeamento (os planos) e aos processos de planeamento sobretudo as estruturas e formas de concertação e participação.

5. As Vantagens e Desvantagens
O planeamento participativo leva à convergência no bem comum e desenvolver consensos, mas por vezes, a boa gestão do projecto pode deduzir a conflitos . Uma vez que assenta numa perspectiva mais abrangente e de longo prazo, o planeamento participativo pode ainda revelar vantagens indirectas para os intervenientes, ao alterar os seus comportamentos. Será que existe entre os diversos intervenientes uma percepção comum dos principais problemas? Será que cada um dos actores fundamentais poderá avaliar o que está disposto a “sacrificar” para atingir os objectivos comuns de gestão do projecto?

Uma vez que o planeamento não participativo dum projecto de intervenção comunitário tem sido, desde há muito, a norma na maioria dos projectos, a passagem para uma abordagem participativa poderá levar algum tempo a ultrapassar a inactividade natural face à mudança.

Os conflitos entre os intervenientes podem acontecer de: interesses sectoriais concorrentes, cada um com a sua prioridade e inclinações profissionais próprias, diferenças e tradições culturais, dados incorrectos, desencaminhados ou questionáveis, despreocupação face a outras necessidades, desigualdades estruturais, sociais ou económicas, conflitos de interesses quanto a questões ou procedimentos específicos e conflitos de personalidade ou de poder.

Enquanto os métodos participativos oferecem uma participação activa na tomada de decisões a todos os que tenham um interesse num projecto, programa ou estratégia e dão origem a um sentimento de controlo nos resultados. Como fins conhecer as condições locais e as perspectivas e prioridades das populações locais com vista a conceber intervenções mais satisfatórias. Identificar o problema e resolver os problemas durante a realização. Avaliar um projecto programa ou políticas. Fornecer conhecimento e qualificações para atribuir poder à população pobre.

As vantagens, examinam questões relevantes mediante a participação dos actores principais no processo de concepção. Estabelece parcerias e o controlo local dos projectos. Aumenta o conhecimento local, a capacidade de gestão e as qualificações. Fornece informação pontual e fiável para a tomada de decisões de gestão.

Existe uma vantagem construtiva quanto à avaliação participativa, esta permite aos gestores do desenvolvimento e à população local avaliar e planear intervenções apropriadas de uma forma colaborante, recorrendo frequentemente as técnicas visuais para que as pessoas analfabetas possam participar. Envolve partes interessadas a diferentes níveis, trabalham em conjunto, para identificar problemas, recolher e analisar informações e produzir recomendações.

Dentro do Planeamento participativo de um projecto de intervenção comunitária existem desvantagens, estas, consideradas menos objectivas, como por exemplo, o domínio e uso indevido por parte de alguns intervenientes, com o objectivo de maximizarem os seus próprios interesses.

6. Reflexão Crítica

Quais são os desafios que os Assistentes Sociais confrontam? Como é que os Assistentes Sociais valorizam o planeamento participativo na implementação do projecto? Porque é que a maior parte do projecto é precisa planeamento participativo?

Como é que nós como futuro Assistentes Sociais defendemos o planeamento participativo na implementação de um projecto? Nós precisamos de metodologia para criar a participação e tendo em conta a finalidade da nossa missão, que é proporcionar espaço para gerar mudança. Devemos reflectir na própria realidade que enfrentamos no nosso dia a dia, e saber analisar o seu impacto e como exercemos a nossa condução na própria acção.

Na realidade acontece que por vezes a população pouco participa na realização de um projecto, o que nos desafia a reflectir, ou seja, chama-nos a atenção, porque será? Porque os Assistentes Sociais não dominam as formas na sua totalidade para mobilizar a população. Muitas vezes os Assistentes Sociais utilizam as estratégias do convocatório e não de mobilizador, esquecem que têm as opções indispensáveis para mobilizar as pessoas.

Como já referimos anteriormente na condução de um projecto geramos reacções, conflitos, mas não podemos entendê-los como uma coisa negativa, mas saber ler esses conflitos como uma oportunidade e uma mais valia na capacidade de identificar esses mesmos conflitos, que fazem parte do processo da nossa intervenção como Assistentes Sociais.

No início de qualquer projecto é fundamental clarificar qual o problema centra e os papéis que vamos desempenhar sendo claros e exclarecedores para com os actores intervenientes.
Como seleccionar e atribuir papéis às pessoas? Será que é importante para a solução dos problemas?

Muitas vezes os Assistentes Sociais não se clarificam as pessoas acerca dos seus papéis, o que leva a uma alienação por parte dos actores envolvidos, pois não se deve esquecer que este trabalho vale para a vida das pessoas no processo inicial, sendo fundamental para ter um bom sucesso na intervenção. As preocupações de legitimar a nossa acção devem ser focalizadas logo antes do primeiro dia. Pois nós importamo-nos para implementar os nossos projectos, e às vezes as pessoas não sabem o que vão ganhar com o nosso projecto.

Deve-se ter em conta que na comunidade existem também os lideres naturais, logo, nós não podemos ignorar esses líderes, porque eles representam toda a comunidade na sua íntegra, mas nunca substituindo a comunidade.

Temos que estruturar um canal de comunicação com as pessoas que podem tratar o assunto e responder para a comunidade. Qual o nível de conhecimento que as pessoas têm e quais são os recursos? O nosso papel é saber estruturar no seu conjunto e a saber organizar a responder às necessidades das pessoas .

Pensamos que pode ser um ponto positivo previsto no projecto se há planeamento participativo no projecto, se os canais previstos de circulação da informação funcionarem e se os diferentes níveis de responsabilidade no projecto conseguirem partilhar com a população o poder que detêm somente por serem interventores, criando os espaços apropriados para que a população se apodere do poder que a ela pertence e seja a grande interventora.

Um processo participativo tem que ser conduzido com determinado objectivo mas os Assistentes Sociais podem estruturá-lo de modo dedutivo ou indutivo. Precisa um guião para suportar e ajudar a construir um painel dos actores e de maneira a compreender o que queremos fazer ou trabalhar. Se nós atingimos o fim, significa que nós conseguimos produzir os nossos conhecimentos. Um processo de intervenção comunitária, quais são os principais problemas, quais são as grandes áreas para fazer os planos de acção.

No fim há uma legitimação do projecto. Como é que os Assistentes Sociais interpretam e dinamizam? Porque lidar com a diversidade não é fácil. Pois processo de comunicação é fundamental. Há várias técnicas que ajudam a facilitar as dinamizações. A linguagem profissional é sempre fundamental e importante para a comunicação, ou seja, a relação com a comunidade e com os outros grupos diferenciados.

Todos os níveis que consideramos extremamente importantes para que um projecto possa ser levado a “bom porto” é a avaliação, que como sabemos é uma componente do processo de planeamento participativo, visto que, sempre que a planeia e se elabora um projecto, assim como, se estabelecem metas, devem ser estabelecidos indicadores de avaliação, que permitam comprovar com alguma objectividade a progressão face às metas propostas. “Todos os projectos devem conter, necessariamente, um “plano de avaliação” estruturado em função do projecto e acompanhado de mecanismos de autocontrole que permitem, de forma rigorosa, ir conhecendo os resultados e os efeitos da intervenção e corrigir as trajectórias caso estas sejam indesejáveis.”

No que diz respeito o planeamento participativo, é desejável que os assistentes Sociais se integram numa equipe interdisciplinar. Para que Assistentes Sociais e suas organizações sejam representados nas comissões de planeamento locais e regionais. Outros são de opinião de que os Assistentes Sociais ajudem os grupos menos privilegiados da população a serem ouvidos pelas autoridades e encarregados do planeamento local. Devem, também, ajudar os grupos e os indivíduos a tomar conhecimento das mudanças sociais e descobrir meio de enfrentá-las.

Os Assistentes Sociais têm o dever de transmitir aos grupos em questão os conhecimentos e as técnicas que eles mesmo adquiriram em relação ao funcionamento de uma participação efectiva, porém, como cidadãos, os Assistentes Sociais têm direito de conservar suas opiniões pessoais e, embora não sejam obrigados a torná-las conhecidas, podem proibir-se de participar de algumas actividades dos grupos em questão.

Conclusão

Chegado ao fim do presente trabalho, acreditoamos que ter conseguido os objectivos propostos, abordar o melhor possível e uma reflexão crítica acerca um projecto na intervenção de comunitária, fazendo alguma análise crítica e a respectiva relação a matéria dada em aula sobre o tema.

De referir que este trabalho deu para aprofundar os nossos conhecimentos já possuídos acerca do tema, em especial no que refere à elaboração de um projecto na intervenção comunitário.

Gostaria de reforçar a ideia de que “o planeamento participativo pretende orientar o desenvolvimento da capacidade institucional de negociação e comunicação dos protagonistas no processo de parceria”. Por participação entendemos quando partimos da pessoa concreta e adaptações, com dinâmicas de intervenção que visem uma aproximação das actividades a desenvolver às capacidades dos utentes, podemos dizer que a metodologia prevista e utilizada.

O palenamento participativo pretende orientar o desenvolvimento da capacidade institucional de negociação e comunicação dos protagonista no processo de parceria. O palneamento participativo deve se encontrar permanentemente presente no desempenho dos Assistentes Sociais.