14 de Julho de 2008, 16:41
Brasília, 14 Jul (Lusa) - O Presidente brasileiro Lula da Silva criticou hoje, no seu programa de rádio semanal, a política de imigração da União Europeia e disse que os brasileiros devem ser tratados com respeito no exterior.
"Hoje, na União Europeia, eles estão cada vez mais aprovando leis para dificultar a vida dos migrantes, ou seja, dos pobres que chegam lá. É importante lembrar as várias comunidades que tem aqui. E nós convivemos tranquilamente, em harmonia", assinalou.
Lula da Silva disse que abordou a questão da imigração com os líderes europeus durante a reunião entre o G-8, grupo dos sete países mais industrializados do mundo mais a Rússia, com o G-5 (Brasil, Índia, África do Sul, México e China) na semana passada, no Japão.
"Eu fiz questão de dizer para eles que eu quero que os brasileiros tenham no exterior o tratamento que nós damos aqui aos estrangeiros. O que nós queremos é que os brasileiros lá fora e os povos do mundo sejam tratados com respeito, levando em conta a questão dos direitos humanos, e não tratados como se fossem delinquentes", destacou.
Segundo o PR Lula, o Brasil fez questão de ressaltar na reunião do G-8 e do G-5 a necessidade de os problemas ambientais deixarem de ser discutidos de forma "genérica".
"Um estudo de um centro de informação de energia dos Estados Unidos mostra que, de 28 mil milhões de toneladas de CO2 que foram emitidos para o ar em 2005, os Estados Unidos são responsáveis por 21 por cento e a China por 18 por cento. Eu quero discutir números, porque o Brasil neste aspecto é um dos países que menos polui", afirmou.
Lula da Silva disse também que convocou os líderes mundiais para participar no Brasil nos dias 20 e 21 de Novembro, num seminário internacional sobre biocombustíveis.
"Queremos colocar as coisas como devem ser colocadas", sublinhou.
Lula da Silva falou ainda sobre a expectativa de que nas próximas semanas as negociações da Ronda de Doha finalizem de forma satisfatória.
"O que acontece é que os países ricos, todos eles, dizem que está nas mãos do Brasil fazer o acordo. E não está nas mãos do Brasil. O Brasil apenas negoceia representando o G-20" (grupo de países em desenvolvimento), afirmou.
"Nós apenas estamos tomando cuidado para não permitir que a flexibilização que eles querem no sector industrial possa significar o impedimento do desenvolvimento industrial das economias mais frágeis", explicou o Presidente brasileiro.
Na avaliação de Lula da Silva, é possível chegar a um desfecho "extraordinário" se o G-20 se colocar de acordo na questão industrial e os países ricos cederem na questão agrícola.
CMC.