sábado, 25 de julho de 2009

O migrante não pode ser visto como problema

D. Alessandro Ruffinoni, responsável pela pastoral da emigração no Brasil, será o presidente da Peregrinação de Agosto, em Fátima

D. Alessandro Ruffinoni, bispo auxiliar do Arcebispado de Porto Alegre, Brasil, será o presidente da Peregrinação internacional de 12 e 13 de Agosto no Santuário de Fátima, que acolhe anualmente a Peregrinação do Migrante e do Refugiado, organizada pela Obra Católica Portuguesa das MigraçõesNaquela que será a segunda visita a Portugal e também a Fátima, D. Alessandro Ruffinoni fala, em declarações à Sala de Imprensa do Santuário de Fátima, sobre o convite para presidir a esta peregrinação e anuncia as intenções especiais de oração que trará como peregrino neste santuário.
Enquanto responsável pela pastoral da emigração no Brasil caracteriza o fenómeno da migração, focando em especial Portugal e o Brasil, não se escusando a abordar as questões mais problemáticas que caracterizam os fenómenos migratórios.
No final da breve entrevista, realizada por Internet, D. Alessandro Ruffinoni deixa uma saudação e uma bênção para todos os brasileiros em Portugal.

Esta viagem será a sua primeira visita a Portugal?
Já estive de passagem para o Portugal na ocasião da Beatificação do meu Fundador João Batista Scalabrini, apóstolo e pai dos migrantes (em Novembro de 1997). Antes de ir para Roma, fizemos uma escala em Lisboa e aproveitamos para fazer uma visita ao Santuário de Fátima. Foi um momento muito emocionante do qual sempre me recordo e está vivo dentro de meu coração.

Que expectativas pessoais e de pastor tem para esta peregrinação ao Santuário de Fátima?
Quando recebi o convite de participar a este evento da peregrinação internacional dos migrantes a Fátima fiquei muito feliz. Voltar a um santuário é sempre uma ocasião de renovação, conversão e entusiasmo. Vou para Fátima para estar junto com os migrantes portugueses espalhados no mundo inteiro, para me encontrar com a forte comunidade de brasileiros no Portugal, mas também para levar comigo os sentimentos de amor a nossa Mãe, Maria Santíssima. Tenho muito para agradecer a Maria e também para pedir pela nossa Arquidiocese de Porto Alegre que está para iniciar, no mês de Agosto, a celebração do seu centenário. Levo comigo o Vicariato de Gravataí, no qual estou residindo, com a sua gente feita de operários e de migrantes internos, para que Nossa Senhora nos abençoe e nos conceda a graça de ser um bom pastor, como o seu Filho Jesus.

Como responsável da Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros pela Pastoral dos Brasileiros no exterior, como vê a realidade da mobilidade humana no mundo?
Sou missionário Scalabriniano. A minha vida e o meu trabalho como sacerdote foi sempre neste carisma de trabalhar no mundo das migrações. Como Bispo recebi da CNBB a tarefa de facilitar a presença de sacerdotes brasileiros para acompanhar as comunidades brasileiras espalhadas no mundo (estima-se que haja 4 milhões de brasileiros no mundo). A realidade da mobilidade humana constitui o maior movimento de pessoas de todos os tempos. Não há lei que possa deter este fenômeno que é antigo quanto a humanidade. O migrante não pode ser visto como problema nem pela Igreja, nem pelo Estado. Na Igreja ninguém é estrangeiro. Ela é como uma mãe que acolhe, estima e valoriza a todos, porque todos são seus filhos e filhas. O pai dos migrantes, João Batista Scalabrini dizia: "...emigra o homem, guiad o pela Providência...". Os migrantes são muitas vezes ocasião de comunhão, diálogo, integração. Eles não só precisam de acolhida e trabalho, mas também eles levam consigo uma riqueza de fé, de cultura e tradições que enriquecem os povos que os acolhem.

Concretamente sobre o Brasil, continua a ser um país que acolhe pessoas de todo o mundo. Como caracteriza os emigrantes portugueses que aí residem?
O Brasil é um país que se construiu com os migrantes. É um país que sempre acolheu muitos migrantes. Sendo uma nação formada de várias nacionalidades é também considerada uma terra hospitaleira e de muita alegria. Ultimamente o governo aprovou a lei de amnistia para todos os migrantes ilegais que entraram no Brasil até fevereiro deste ano de 2009. Por esta atitude de acolhida, o Brasil é um País de muitas culturas, tradições que fazem desta nação uma riqueza incomparável.
Aqui chegaram, além dos primeiros portugueses de Pedro Álvares Cabral, muitos outros portugueses do continente e das ilhas que formaram grandes comunidades de fé e de amor ao trabalho e à família. Eu vivo e moro em um lugar onde existem muitos de origem açoriana. É aqui que eu conheci a devoção ao Divino Espírito Santo, com todo o folclore de bandeiras vermelhas, com o menino imperador, com a visita das bandeiras nas casas, com a prece dos fiéis rezada fazendo um nó nas fitas amarradas às bandeiras... Sem falar da riqueza cultural e dos monumentos de estilo colonial português que são motivo de visita de muitos turistas.

Visitará emigrantes do Brasil em Portugal durante a sua viagem. Existem ainda alguns preconceitos relativamente a este grupo de emigrantes, e a outros. Qual a forma de terminarem?
O motivo pelo qual aceitei de participar a este evento é também a possibilidade de me encontrar com os missionários e missionárias brasileiros que trabalham com comunidades brasileiras no Portugal. A Igreja do Brasil com a PBE (Pastoral para os Brasileiros no Exterior) quer dizer a todos os seus filhos e filhas que não se esqueceu deles. Sempre recordamos a todos e, na medida do possível, queremos encontrar novos sacerdotes e religiosos/as que se dediquem, por um tempo, a uma experiência missionária junto a eles. Sabemos que muitos dos nossos compatriotas se deixam, às vezes, iludir por falsas promessas e infelizmente caem em situações ilegais e de risco. A presença do missionário brasileiro e o diálogo entre os Bispos de origem e de acolhida dos migrantes deve ajudar a minimizar certas situações difíceis. Não podemos só ver o migrante e passar adiante. A Igreja é por sua natureza samaritana, acolhedora e promotora de justiça e fraternidade.

Sabemos, aqui, no Santuário, que no Brasil é muito grande a devoção a Nossa Senhora de Fátima, com inúmeros paróquias, igrejas, santuários, escolas, etc., a Ela dedicados. É assim um facto tão visível no dia-a-dia do povo católico, como a nós aqui em Portugal nos parece, pelos contactos que daí nos chegam?
O povo brasileiro é devoto de maneira especial a Nossa Senhora Aparecida. Mas devido a origem de varias etnias existem devoções marianas ligadas ao País de origem dos migrantes. Sem dúvida a devoção a Nossa Senhora de Fátima é muito grande. Temos muitas Igrejas (Matriz e Capelas), santuários dedicados a Nossa Senhora de Fátima. Visitando as famílias é difícil não encontrar uma imagem de N.S. de Fátima. Os peregrinos que visitam Fátima voltam todos marcados por esta experiência de fé e com grande desejo de continuar esta devoção. Acredito que a mensagem de Fátima de oração e de conversão toca muito profundamente a todos nós pastores e fiéis.
A minha próxima visita ao Santuário de Fátima é uma graça que recebi e da qual agradeço de coração a Obra Católica Portuguesa pelo convite e pela honra.
Aproveito desta oportunidade para desde já saudar a comunidade brasileira e os seus missionários/as. Espero de poder ter um pouco de tempo para celebrar com algumas delas.
A todos o meu abraço e bênção e até breve.

Entrevista por LeopolDina Simões, Sala de Imprensa/Santuário de Fátima
Entrevistas Santuário de Fátima 2009-07-24 14:52:19 9199 Caracteres Migrações, Santuário de Fátima

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Portugal tem de promover políticas humanistas de asilo e imigração


Seminário organizado pelo JRS-Portugal mostra que os direitos do imigrantes não são respeitados a nível europeu.

Portugal deverá continuar a desenvolver a nível nacional e a defender no seio da União Europeia políticas humanistas em matérias de asilo e imigração. O Seminário «Direitos Humanos e Destituição», que esta Quinta-feira, decorreu em Lisboa, organizado pelo Serviço Jesuíta aos Refugiados, pede para que a destituição seja um tema "visível na opinião pública" e que "integre a agenda política".

O encontro pretendeu reflectir sobre a situação dos imigrantes destituídos. Esta situação acontece quando um Estado não reconhece os direitos e não tem políticas que se adeqúem aos imigrantes ou quando, mesmo com direitos consagrados, estes estão na prática vedados aos imigrantes dado a existência de obstáculos que impedem a efectivação da lei.
O Seminário centrou-se sobre a habitação, o emprego e a saúde, três grandes áreas consideradas fundamentais para quebrar o círculo vicioso da destituição.

O documento final do Seminário, a que a Agência ECCLESIA teve acesso, afirma que "a realidade da destituição não é uma fatalidade, mas uma consequência de violações de Direitos Humanos relacionados com políticas levadas a cabo pelos próprios Estados".
Nesse sentido, "as políticas dos Estados assumem um papel preponderante no cortar deste círculo vicioso", refere o citado documento.

Nove países estão envolvidos na reflexão sobre a destituição. A nível europeu estão a organizar eventos nacionais sobre este tema, "alertando para esta problemática e criando uma rede com entidades públicas e privadas de forma a que este tema possa integrar as agendas políticas nacionais e europeia".

"A destituição de direitos constituiu uma clara violação dos Direitos Humanos, perpetrada pelos próprios Estados, através da execução de políticas discriminatórias e limitativas dos direitos fundamentais a que deveriam ter acesso todos os seres humanos".
O documento refere que, num contexto de crise económica global "onde muitas resistências se levantam, a defesa e a promoção dos Direitos Humanos assume um papel particularmente desafiante".

O JRS manifesta a necessidade de "um envolvimento concertado entre entidades ligadas à imigração", sublinhando ainda que a situação de destituição "afecta o bem-estar físico e psicológico dos migrantes".

O JRS Portugal vai criar um grupo de trabalho «ad hoc» sobre direitos humanos e destituição, constituído por técnicos, académicos e decisores políticos, que divulgue e acompanhe a implementação das conclusões deste seminário.
O resultado do Seminário «Direitos Humanos e Destituição» vai ser editado em livro, a lançar no Dia Internacional dos Direitos Humanos, a 10 de Dezembro.
Concertação

As políticas de imigração devem ser concertadas a nível europeu. O apelo é de André Costa Jorge, director do Serviço Jesuíta aos Refugiados no nosso país (JRS-Portugal). Este apelo, frisa o director à Agência ECCLESIA, justifica-se por "não estar terminado, e principalmente, não poder ser deixado apenas nas mãos dos euro deputados".

"A sociedade civil, as organizações e a Igreja têm aqui um papel importante e deve ter uma dupla dimensão. Não basta ter práticas, tem de se reflectir sobre as práticas", explica André Costa Jorge.

O Seminário promovido pelo JRS integra uma projecto europeu que pretende reflectir, de forma alagada, a realidade dos imigrantes votados à destituição. Segundo o director da organização jesuíta, destituição refere-se a duas situações: "Uma quando o Estado não reconhece os direitos e não tem políticas que se adeqúem aos imigrantes e outra quando, mesmo consagrados, os direitos estão na prática vedados dado a existência de obstáculos que impedem a efectivação da lei".

André Costa Jorge chamou a atenção para o termo «destituição», indicando não ser um conceito abstracto. "Diz respeito a pessoas e a vidas que se cruzam com todos na sociedade". O JRS-Portugal tem um "contacto directo com estas situações de tal forma que o Centro Pedro Arrupe está cheio e tem lista de espera". O Director do JRS destaca uma marca do contacto com os imigrantes destituídos - "a ausência de esperança".

Os congéneres europeias do JRS estão igualmente a trabalhar este conceito ligado aos imigrantes com o objectivo de, em 2010, se realizar, em Bruxelas, uma conferência sobre a destituição.
A necessidade de uma política "concertada e humanista" a nível europeu foi sublinhada por André Costa Jorge, que assume assim a "efectivação de uma Europa de liberdades e garantias".
Presentes na sessão de abertura do Seminário estiveram Rosário Farmhouse, Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural e a Alta Comissária para a Saúde, entidades com quem o JRS mantém um diálogo "fecundo". André Costa Jorge explica que sem perdermos a nossa identidade e missão, não levantamos muros mas construimos pontes". Exemplo desta ligação são os protocolos "que estabelecemos com organismos públicos como o ACIDI, o SEF, o Ministério da Saúde, mas também a Fundação Gulbenkien".

"Não trabalhamos sozinhos nem queremos", frisa o director do JRS-Portugal.
Habitação, educação e saúde são "três áreas muito sensíveis e essenciais para mudar a realidade da destituição". André Costa Jorge afirma que "o ciclo vicioso não se quebra se estas áreas não se alterarem significativamente".
Não basta falar de Estado de direitos e de acesso a direitos, "mas de ir ao concreto e perceber onde os direitos se podem tornar efectivos". Para isso, o JRS mantém um protocolo com o Ministério da Saúde e Fundação Gulbenkien que visa o reconhecimento de competências para os médicos imigrantes. André Costa Jorge chama a atenção de que esta é uma "área frágil em Portugal, logo a necessidade é mais premente, assim como a necessidade de ajuda". Este protocolo está em estudo para se estender aos enfermeiros. A JRS está ainda a analisar a possibilidade de estabelecer semelhante protocolo com outras áreas profissionais.

André Costa Jorge deixou ainda o apelo para que o debate não se circunscreva ao Seminário mas que seja alargado à agenda mediática, às opinião pública e à agenda política. "Lançando pontes e estabelecendo ligações, é possível melhorar as práticas e as políticas que conduzem à não efectivação dos direitos humanos. É importante que as metas não se fiquem por dados estatísticos".

PII 2010-2012
Rosário Farmhouse, Alta Comissária para a Imigração para o Diálogo Intercultural, a intervir na sessão de abertura do Seminário questionou a fixação de direitos fundamentais dos imigrantes nos fluxos migratório. "Os direitos não podem ser limitados aos migrantes. Saúde, educação e habitação são áreas sensíveis", constatou.

A Alta Comissária para a Imigração considerou o trabalho das ONG's como "fundamental". Pela proximidade e confiança que estabelecem com as situações reais "fazem chegar ao governo, que muitas vezes está distante do terreno, o que realmente se passa". Nesse sentido, Rosário Farmhouse pediu que as associações ajudem a elaborar o próximo Plano para a Integração dos Imigrante (PII), que irá abranger os anos 2010-2012.
O primeiro PII, cujo término é em 2009, teve, segundo o Ministro da Presidência Pedro Silva Pereira, uma execução de 81%.
Saúde Concertada

A Alta Comissária para a Saúde, Maria do Céu Machado, pediu uma mudança da medicina para os imigrantes. Os cuidados de saúde têm de se basear na proximidade, "deslocando equipas em unidades móveis nos bairros e apostando aí na prevenção e no diagnóstico". Maria do Céu Machado pediu ainda uma medicina compreensiva, "que inclua uma interpretação do contexto familiar do paciente" e oportunista "aproveitando todas as possibilidades para passar informações".

Segunda esta responsável da saúde, a intervir no Seminário «Direitos Humanos e Destituição», Portugal já teve uma legislação inovadora, quando "éramos um país de emigração. Uma realidade que mudou, mas a legislação não acompanhou e por isso, teve de se adaptar mais rapidamente".

É entre a população imigrante que se registam "mais casos de violência doméstica, acontecem mais acidentes de trabalho e estão em maior risco de saúde".
Maria do Céu Machado explicou que a população imigrante procura menos os cuidados de saúde primários, local onde se faz o acompanhamento, a sensibilização e a educação para a saúde. "Por isso, são mais vulneráveis".

"Os imigrantes são mais sensíveis a doenças infecciosas, como a tuberculose e a Sida, mas rapidamente desenvolvem doenças dos países desenvolvidos, como o cancro, as doenças cardio vasculares ou a obesidade". A Alta Comissária afirmou que a saúde não depende apenas do Ministério da Saúde, mas da acção de todos os ministérios.

Nacional Lígia Silveira 2009-07-23 17:31:54 11703 Caracteres Jesuítas, Migrações

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Os Imigrantes Face aos Portugueses

O Alto-Comissário para a Imigração encomendou à Universidade Católica a realização de dois estudos, um sobre o olhar dos portugueses em relação ao imigrantes e outro sobre estes em relação aos primeiros. Estas sondagens foram realizadas em Outubro de 2002.

Na referente ao olhar dos imigrantes sobre a receptividade dos portugueses, foram inquiridos 1051 cidadãos em 15 dependências do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). Embora tivessem reconhecido alguns erros de carácter metodológico, os seus autores chegaram às seguintes conclusões:

Qualificações; conclusão que os imigrantes de Leste "são, de longe, os mais qualificados": 45,2 por cento disseram ter profissões superiores, contrastando com os outros grupos - brasileiros (7,9) e africanos (6,6), sendo o grupo "residual" dos outros aquele que mais se aproxima dos imigrantes do Leste (27,8).

Remunerações. A grande maioria (48,3) disse, ainda, ter auferido, no último mês, um salário entre os 500 e 1000 euros, sendo os africanos os menos abonados e os brasileiros os privilegiados.

Razão da Escolha. No que respeita às razões que motivaram a imigração para Portugal, cerca de 60 por cento invocou "as oportunidades de trabalho ou de negócios". Ainda assim, apenas nove por cento chegaram ao país já munidos com um contrato de trabalho, condição que hoje em dia já é obrigatória para a maioria dos casos de autorizações de permanência.

Satisfação. Quanto ao grau de satisfação com a vida em Portugal, a tendência parece ser positiva, com 38,2 por cento a afirmar estar "muitíssimo" ou "muito satisfeito", ao passo que 15 por cento se diz "pouco" ou "nada satisfeito". Os restantes entrevistados, a maioria, todavia, respondeu estar medianamente satisfeita.

Discriminação.Os africanos são, mais uma vez, aqueles que demonstram sentir-se pior, ideia corroborada quando se lhes perguntou como eram tratados pelos portugueses. Apenas um em cada quatro referiu que "mostram respeito e consideração", sendo que um em cada cinco os acusou de "racistas" e de serem "indiferentes e sobranceiros".

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Daily Prayer to the Most Holy Trinity

O most holy Trinity, Almighty God, we adore You, who give life and vigor to every creature and who shed light eternal where there is darkness. We offer you our hearts, our souls, and our whole being, today and on the days to come, that we may offer perfect praise and love to your glorious Name. Amen.

O Father almighty, we thank you wholeheartedly for all the blessings and graces You have so generously given us then and now.

O merciful Christ Jesus, wash away our sins with your most precious blood. Feel the beating of our hearts and make them like your own. Oh, dear Jesus, wipe away our tears and pardon us for our sinfulness. Be with us, O Lord, until our dying day that we may be worthy of your mercy and forgiveness.

O Holy Spirit, our guide and inspiration, lead us to the right path. And if, on our way, we encounter difficulties and trials, do not allow us to fall or lose hope. Grant us the graces we need daily that we may also share our blessings with our fellowmen. And when the time comes, O Holy Spirit, lead us to the place that is secure, full of joy and eternal peace. Amen

Encontro com os Filipinos no 14º Domingo Tempo Comum

Year B - 14th Sunday in ordinary time

A prophet is despised in his own country, and in his own house, and among his own kindred.(Mark 6:1-6)

It was very disconcerting for me to see how many people would marvel temporarily about my miracles, about the words of wisdom they listened to and how even then they would not realize that God was doing wonders among them. All the prophets demonstrated that they were bringing a divine message and they deserved to be listened to, however they all perished because of the hypocrisy of those who heard them with doubts and contempt, they sinned by underestimating the gift of God, together with those who didn’t listen to me and don’t even listen now but reject my Word.

Who can have words like God, who can unite power to his word the way God does, who can speak perfectly without error, expressing himself directly from Wisdom, the way God does? There is only one who has been able to do that, and He is the same Word of God, He who is the Incarnate Word, the Wisdom of God that has come to the earth, Jesus, your friend, your heavenly doctor, the true way, the truth and the life. How difficult it was for me to convince the humanity that listened to me, even demonstrating my power, so that they would see that the

Holy Scriptures were being fulfilled before their eyes, many were called, but few were chosen. Many expected the Messiah, but few recognized Him when he came, many sought Him, but few found Him, and even after finding Him and listening to His testimony, they rejected His teachings and preferred to put Him aside. For this reason, their hearts were filled with jealousy and evil, beginning with those who knew me since my childhood and could not accept what their eyes were seeing, those who studied the law of Moses and had been filled with human precepts that had nothing to do with the divine teachings. Finding something new, something unconventional, those people rejected me totally, they despised the gift that God had sent them and they closed their eyes so that they would not see the Light that descended from above.

For many souls who look for God, it is very difficult to recognize the spiritual encounter that I have with each one, many think, “I am not worthy to receive the Lord”, then, closed in their almost noble concepts, they don’t realize about my Presence, they reject the inspirations of my Holy Spirit, they despise the opportunities to do good, without knowing that I am providing them with ways to get close to Me. Eventually they become cold in the faith, they come to the point of even forgetting that I am really Present in the Church, just as I promised; doubts run through their minds, especially about my Sacramental Presence.

Many Christians ask themselves, who is this, of flesh and blood, who wears a robe, who is claiming to consecrate bread and wine and brings Jesus to the altar, how is it, that a man has the power to forgive sins and unite me to God? Well, these are doing exactly the same they did to me in my own land; they are despising me in those that I have anointed with my Divine Word, which is capable of doing anything. Those who reject my priests are rejecting Me, those who don’t open their spiritual ears because they are bound to their material world, are missing out on the gift that God is offering for the healing of all their evils. If there was not faith before my corporal Presence here on earth, it is more difficult to believe in me now, when minds are saturating themselves daily with the rubbish of the world, this is why I have destined throughout all generations faithful instruments to my Word who are the means of reaching out to those who are about to be lost forever.

Blessed are those who believe in me without seeing, those who without experiencing my miracles have faith, because they recognize the dignity of my Person and the unique value of my Word. I have many blessings in store for those who have faith in me. My Peace and my Grace flow into their lives like rivers of Heavenly Light, their joy is continuous and secure, because they are walking firmly on my way.